Globalistas de Davos estão em recesso
Ausência de autoridades demonstra que Fórum de Davos não saiu ileso da retração da globalização nos últimos tempos, escreve Otaviano Canuto.
Ausência de autoridades demonstra que Fórum de Davos não saiu ileso da retração da globalização nos últimos tempos, escreve Otaviano Canuto.
Não há sinais de inversão na tendência longa de maior integração comercial global das últimas décadas, especialmente na Ásia. Contudo, há um realinhamento parcial, refletindo o lado mais durável dos choques mais recentes. Provavelmente com algum maior custo na margem, no caso de realinhamento para fins de contorno a choques de natureza geopolítica.
A frequência e a abrangência de medidas comerciais e políticas industriais discriminando agentes externos, particularmente nas economias avançadas, aumentaram no passado recente. Tem-se assistido a uma variedade de políticas públicas nessa direção, como a imposição de tarifas, o endurecimento de regras para investimentos estrangeiros e a renegociação de acordos comerciais para incluir termos mais restritivos. Uma fragmentação geoeconômica global traria danos particularmente para economias emergentes e em desenvolvimento
Políticas industriais implicam custos econômicos (fiscais, ineficiência), compensáveis na perspectiva de um país apenas na medida em que, em certo horizonte temporal, os efeitos sejam tais que não apenas venham a torná-las redundantes, como também compensem tais custos. As razões para o desencanto relativo com a globalização não parecem ser suficientes para sua adoção generalizada.
Pode-se esperar uma globalização mais lenta (“slowbalization”) e com maior grau de regionalização. Até porque haverá um ônus para aqueles que buscarem uma demarcação exagerada do que é “estratégico"
Esperanças de relocalizar e avizinhar - assim como uma revitalização mais ampla das indústrias ou exportações nacionais - são mais viáveis nos países comprometidos com os fundamentos, e menos naqueles que usam reformas de suas cadeias de suprimento como argumentos políticos. Não há atalhos para o desenvolvimento econômico.
Ao intensificar forças geopolíticas e econômicas já em ação, o impacto perturbador da pandemia no comércio internacional deixará uma marca duradoura. A pandemia está acelerando a história, ou seja, algumas tendências recentes estão sendo acentuadas. A pandemia não reverterá a globalização, mas a remodelará.
Depois de décadas de ampliação da interdependência de países, a onda de nacionalismo e a pandemia do coronavírus parecem estar colocando um fim à era da globalização. Como fica o comércio mundial com essa nova tendência? E o Brasil, está preparado? Assista à Live com Otaviano Canuto, ex-diretor-executivo do Banco Mundial para o Brasil, e Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Kaduna Consultoria, que discutirão o assunto.
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