O estresse bancário dos Estados Unidos poderá ter novos capítulos
Empréstimos têm padrões de aprovação mais rígidos e volume anda de lado, enquanto emissão de títulos está em baixa
Empréstimos têm padrões de aprovação mais rígidos e volume anda de lado, enquanto emissão de títulos está em baixa
Está o sistema bancário dos Estados Unidos à beira de um precipício como o de 2008? Seriam as últimas semanas o prenúncio de uma nova crise sistêmica? O dilema do Fed entre combater inflação e assegurar estabilidade financeira ficou mais apertado, com “dominância financeira” caso os juros sejam mantidos abaixo do que a política contra a inflação recomendaria. Apesar do otimismo de que o estresse no sistema financeiro será contido, um endurecimento de condições financeiras – em ações e crédito - já está ocorrendo.
Neste ano, assistimos o curso de três mudanças significativas no ambiente macroeconômico das economias avançadas em relação ao período posterior à crise financeira global de 2008. Primeiro, já em 2021, a possível insuficiência crônica de demanda agregada de antes deu lugar a choques de restrições no lado da oferta e à subida inflacionária. Como consequência, a era de liquidez abundante e barata provida por bancos centrais deu lugar a juros mais altos e a apertos na liquidez neste ano. Finalmente, como resultado das mudanças anteriores, viu-se forte desvalorização de ativos financeiros e receios quanto a múltiplas possibilidades de choques em 2023.
Mobilizar o excesso de poupança nas economias avançadas para o tão necessário investimento em infraestrutura verde em mercados emergentes e economias em desenvolvimento não será fácil. Mas é possível, se tanto o setor público quanto o privado fizerem sua parte.
A digitalização e, em muitos casos, transformação digital mais decisiva e intensiva de todos os tempos, ocorreu na esteira da crise pandêmica. Em apenas alguns meses, a pandemia trouxe anos de mudanças na forma como operam muitas empresas e organizações privadas e públicas em todos os setores e regiões, servindo como catalisadora para a mudança. O setor financeiro é um caso especial de rápida mudança tecnológica, tendência reforçada pela pandemia.
Houve entrada significativa de recursos na conta financeira externa do Brasil em outubro e novembro para investimentos em ações e em títulos de renda fixa. A maior parte do ingresso recente veio de forma “passiva” e não incluiu um volume considerável por parte de investidores “ativos”. Para que a onda se desdobre em disponibilidade de recursos externos para financiar investimentos no país, serão relevantes os avanços e a confiança na agenda fiscal e regulatória domestica.
A nova onda de inovações tecnológicas que impactam as finanças, as fintechs, tem o potencial de trazer um triplo dividendo positivo para a América Latina. Pode aumentar a competição no setor financeiro e reduzir custos de transação e dos serviços, além de promover a inclusão financeira e o crescimento econômico. Para que esse potencial seja plenamente aproveitado, no entanto, é necessário buscar uma adequação das estruturas nacionais de regulamentação e vigilância financeira que torne possível gerenciar os riscos que acompanham essas tecnologias.
Os bancos digitais chegaram pra ficar. Apesar disso, 45 milhões de pessoas não têm conta em banco. Esse grupo de pessoas movimenta o equivalente a R$ 800 bilhões todos os anos. A onda de inovações tecnológicas têm impactado os setores financeiros,oferendo inclusão para quem não tinha acesso a este mundo. Direito de Washington, EUA, Otaviano Canuto conta que as fintechs vieram pra ficar, apesar de "irritar" os banqueiros.
Queda dos juros americanos reaviva temores de uma próxima hecatombe financeira
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