Moedas locais dos BRICS e a desdolarização

O uso crescente de moedas locais em pagamentos externos, nos BRICS ou fora deles, será parte do que já chamamos de “desdolarização devagar e limitada”. Como parcela das reservas globais, o dólar americano caiu de um pouco acima de 70% em 2000 para um pouco abaixo de 60% em 2022. Contudo, enquanto uma moeda local não for plenamente conversível, permanecendo sujeita a regulações restringindo a liquidez e a disponibilidade de ativos - como permanece sendo o renminbi - não cumprirá a função de reserva externa de valor para o grosso dos agentes na economia global.

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Por que cresce o uso de moedas locais em pagamentos internacionais

Pares de países têm acordado liquidar transações comerciais e financeiras entre si em suas moedas locais, em geral mediante acordos bilaterais entre seus bancos centrais. A China tem sido capaz de usar sua moeda para liquidar metade de suas transações externas de comércio e investimento. O uso crescente de moedas locais em pagamentos externos será parte do que já chamamos aqui de “desdolarização devagar e limitada”. A “fragmentação” parcial do sistema global de pagamentos está em curso.

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Por que haverá uma desdolarização devagar e limitada

Tem havido uma redução no grau de "dominância" do dólar, com uma queda se sua parcela nas reservas dos bancos centrais desde a virada do século, de 71% em 1999 para 58,4% ao final de 2022. Contudo, fatores gravitacionais favorecem a continuidade da posição central do dólar em mercados financeiros internacionais, nas faturas e pagamentos comerciais, assim como em reservas cambiais públicas e privadas

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Por que o dólar forte é contracionista para a economia global

O dólar norte-americano subiu dramaticamente no passado recente. Um fator maior subjacente à valorização do dólar está no maior rendimento em termos reais dos ativos norte-americanos em relação a outros. A forte valorização do dólar americano em relação às demais moedas, no passado recente, reforçou pressões contracionistas presentes na economia global. A valorização do dólar também traz um efeito compressivo sobre economias que tenham exposição elevada a passivos denominados naquela moeda. Portanto, o "giro" ou "pivô" do dólar só ocorrerá quando ocorrer um "giro" ou "pivô" na política monetária dos EUA.

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Por que o dólar fraco é bom para economias emergentes

Afrouxamento de condições financeiras e expansão sustentada do crédito global favorecem o crescimento no lado real de economias emergentes, com a presença do dólar como fator influente nessa transmissão. Segundo estimativas dos autores, um choque de 1% de valorização do dólar contra uma cesta ampla de outras moedas reduz em 0,3 ponto percentual o crescimento econômico de um grupo de 21 emergentes por eles considerados. Presume-se um impacto no sentido inverso no caso de desvalorização do dólar.

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