A polarização da política brasileira está no radar dos investidores do mundo todo.
Quem assegura é Otaviano Canuto, ex-diretor do Banco Mundial e do FMI, entrevistado do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, que diz perceber com surpresa o tamanho da atenção que o mundo econômico privado tem dedicado ao país:
“E, agora, o interessante é que os investidores acompanham com um grau de detalhe a política brasileira que eu nunca vi no passado.”
Na entrevista, ele enfatiza que a “violência do radicalismo político” tem consequências drásticas na economia do país e que mexe com a avaliação de risco dos investidores porque passa a imagem de insegurança.
Se por um lado, ele elogia a insistência do governo em manter a lógica de responsabilidade fiscal, apesar do aumento da dívida pública
brasileira com os gastos para conter a epidemia e reativar a economia, um efeito colateral sobre as contas de governos do mundo
todo, ele critica a escolha de um alinhamento diplomático-ideológico na guerra comercial entre Estados Unidos e China. “A estupidez
brasileira é achar que a gente pode se dar bem tomando partido nisso”.
Otaviano Canuto fala ainda das dificuldades da globalização e do aumento do protecionismo comercial no mundo pós-pandemia e dos desafios da humanidade para a recuperação da normalidade da vida no planeta.