Fluxo de capital da China para a América Latina passa por metamorfose
Volumes menores, investimentos diretos e foco em novas tecnologias agora predominam
Volumes menores, investimentos diretos e foco em novas tecnologias agora predominam
O envelhecimento populacional é um traço de nossa época. Por um lado, as pessoas estão vivendo por mais tempo, com a queda em taxas de mortalidade nas várias faixas etárias desde o século passado. Expectativas de vida subiram na maior parte do planeta. Na outra ponta da dinâmica demográfica, taxas de fecundidade – número de filhos por mulher – também desabaram nas últimas décadas. A partir de certo ponto tal queda na fecundidade tende a levar a um eventual declínio na população. O “bônus demográfico” brasileiro teve início nos anos 70, quando se iniciou um período de aumento das proporções da população em idade ativa e da população ocupada na população total. A janela demográfica das últimas décadas foi subutilizada, a julgar pela evolução da produtividade dos trabalhadores e da economia como um todo no período.
Crescimento, inflação e juros serão menores que em 2023.
Na origem do desmatamento, tem um problema que os economistas chamam de “incentivos microeconômicos”, vale dizer, custos e benefícios (levando em conta os riscos) encarados pelos perpetradores. Urge, pois, atuar sobre esse cálculo para se evitar o dano florestal. Não basta ter a lei. Para que entre no cálculo do desmatador, é preciso que seja eficaz no cumprimento. O cálculo custo-benefício ajustado aos riscos favorece a obediência à lei apenas quando são suficientemente altas a probabilidade de captura e a punição significativa em caso de desobediência.
Cadeias produtivas mais enxutas e integradas para fora teriam como contrapartida maior capacidade de exportar e de prover domesticamente produtos melhores e mais baratos, podendo sua expansão compensar a menor densidade doméstica. Cabe sempre lembrar que, para além de ganhos de produtividade, em última instância a parte de baixo da pirâmide de renda brasileira seria beneficiária da abertura comercial.
A hipótese de superaquecimento da economia dos Estados Unidos este ano, reforçada pelos sinais de inflação mais alta, criou a percepção de que o Fed poderá se ver obrigado a reorientar sua política, antecipando seu taper e, eventualmente, subindo juros. Haveria alguma possibilidade de um taper tantrum 2.0, caso o Fed se veja obrigado a acelerar o curso por enquanto projetado para ocorrer, gradualmente, a partir dos próximos dois anos? Os riscos maiores para a economia brasileira estão alhures: todos gerados de dentro, não como os de um taper tantrum 2.0.
Frequentemente a importância da entrada na OCDE é vista como a obtenção de um “selo”, reduzindo prêmios de risco, atraindo investimentos externos e outros. Tal selo é apenas uma cereja no bolo, com os verdadeiros ganhos sendo auferidos a partir das instituições e políticas que tornam o país um membro pleno.
(1) FIM DA ERA TRUMP: COMO FICA O BRASIL? | POSSE DE BIDEN | BOLSONARO RECONHECE VITÓRIA | COPOM (2) WOMEN INSIDE TRADE: RENATA AMARAL CONVERSA COM OTAVIANO CANUTO (3) TRUMPISTAS INVADEM CONGRESSO AMERICANO E INTERROMPEM CERTIFICAÇÃO DE BIDEN
Houve entrada significativa de recursos na conta financeira externa do Brasil em outubro e novembro para investimentos em ações e em títulos de renda fixa. A maior parte do ingresso recente veio de forma “passiva” e não incluiu um volume considerável por parte de investidores “ativos”. Para que a onda se desdobre em disponibilidade de recursos externos para financiar investimentos no país, serão relevantes os avanços e a confiança na agenda fiscal e regulatória domestica.
- O futuro do multilateralismo, as perspectivas para o mundo com a eleição nos EUA e o papel do Brasil na arena internacional. - O grande desafio para o BID vai ser conseguir um aumento de capital porque o espaço de empréstimos que existia foi em grande medida usado este ano - O Brasil estará numa encruzilhada em 2021. Se pegar o caminho errado, "vai virar uma Argentina", alerta o economista Otaviano Canuto. - Pandemia leva Argentina à nova crise cambial; economistas analisam situação
A América Latina continua sendo o maior foco da pandemia global, atualmente respondendo por 41% das mortes globais após os aumentos nas fatalidades de covid-19 no Brasil, México e vários outros países da América Central e do Sul nos últimos meses. Por sua vez, os números das quedas do PIB no 2º trimestre de 2020 revelaram quão fortemente negativo foi o impacto da covid-19 nas economias da região. O quadro geral contém uma diversidade de condições entre os países e um desafio comum de evitar nova década perdida.
Em seu discurso de posse no ano passado, o ministro Paulo Guedes falou da necessidade de construir as paredes necessárias para segurar o teto dos gastos. Domingo passado a Folha de S. Paulo trouxe um manifesto de um grupo de economistas propondo um rebaixamento do piso de gastos para evitar o colapso do teto. Por quê? ------------------------ O segredo está em integrar políticas sociais em um único programa, com maior eficiência por conta da substituição de programas atuais por outro mais socialmente progressivo.
Do ponto de observação alcançado pelos vários cargos que já exerceu – que inclui de secretaria no Ministério da Fazenda do governo Lula a diretor do FMI e vice-presidente do Banco Mundial – o sergipano Otaviano Canuto vê com preocupação, mas parcimônia, os efeitos da pandemia de Covid-19. Avalia que a recuperação da economia mundial não será completa – desenhando um formato de raiz quadrada –, e que deixará alguns desafios importantes a descoberto, como a falta de universalização do acesso à saúde na maior economia mundial, fortemente afetada pelo novo coronavírus. De sua casa em Washington, de onde conversou pela internet com a Conjuntura Econômica, Canuto revelou sua preocupação com o futuro da política externa brasileira sob o contexto de alinhamento com o governo Trump, e com a capacidade do país de reverter a deterioração de sua imagem quanto ao trato com a Amazônia, no momento em que o mercado financeiro mundial passa a valorizar diretrizes ambientais em sua tomada de decisão. “Tínhamos tudo para ter os bônus de mostrar ao mundo nossa contribuição para o problema da mudança climática”, afirma.
O dano econômico da covid-19 sobre a economia brasileira no segundo trimestre, ao que tudo indica, foi menor do que o que se temia. A queda no PIB foi menor que a esperada, entre outros motivos pelo fato de que o auxílio emergencial desembolsado pelo governo federal até o fim de maio foi maior que as perdas na massa salarial no país até então. Dúvidas se colocam, contudo, quanto a novas surpresas positivas na segunda metade do ano, até porque tudo dependerá do ritmo de recuperação do emprego informal ao final das transferências emergenciais.
Kennedy Alencar conversou com o ex-diretor do Banco Mundial e do FMI e ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda no governo Lula. Eles falaram sobre o combate ao coronavírus nos EUA e no Brasil e as políticas econômicas que devem ser adotadas no pós-pandemia.